domingo, 21 de junho de 2009

Por que Business Intelligence?

Por que Business Intelligence?

O grande desafio de todo indivíduo que gerencia qualquer processo é a análise dos fatos relacionados a seu dever. Esta análise deve ser feita de modo que, com as ferramentas e dados disponíveis, o gerente possa detectar tendências e tomar decisões eficientes e no tempo correto. Com essa necessidade surgiu então o conceito de Business Intelligence.

Há milhares de anos atrás, Fenícios, Persas, Egípcios e outros Orientais já faziam, a seu modo, Business Intelligence, ou seja, cruzavam informações provenientes da natureza, tais como comportamento das marés, períodos de seca e de chuvas, posição dos astros, para tomar decisões que permitissem a melhoria de vida de suas comunidades.

A história do Business Intelligence que conhecemos hoje, começa na década de 70, quando alguns produtos de BI foram disponibilizados para os analistas de negócio. O grande problema era que esses produtos exigiam intensa e exaustiva programação, não disponibilizavam informação em tempo hábil nem de forma flexível, e além de tudo tinham alto custo de implantação.

Com o surgimento dos bancos de dados relacionais, dos PC's e das interfaces gráficas como o Windows, aliados ao aumento da complexidade dos negócios, começaram a surgir os primeiros produtos realmente direcionados aos analistas de negócios, que possibilitavam rapidez e uma maior flexibilidade de análise.

Os sistemas de BI atuais têm como características:

  • Extrair e integrar dados de múltiplas fontes
  • Fazer uso da experiência
  • Analisar dados contextualizados
  • Trabalhar com hipóteses
  • Procurar relações de causa e efeito
  • Transformar os registros obtidos em informação útil para o conhecimento empresarial

Às vezes fico imaginando como seria, alguns anos atrás, a difícil tarefa de alguns executivos tomarem uma decisão que poderia mudar os rumos da organização, tendo como base um curto espaço de tempo e uma enorme variedade de informações. Neste período, o BI (Business Intelligence) era tratado como um luxo dentro das empresas e a solução que ele prometia muitas vezes era vista com desconfiança. Mas o tempo passou; as empresas, os processos e os sistemas evoluíram. Como consequência, o BI também evoluiu, perante as exigências da globalização e da economia.

Hoje as ferramentas de BI são a "chave-mestra" em qualquer companhia. Se há dez anos as empresas apostavam em aquisições para alavancar seu crescimento, hoje nota-se uma tendência para o crescimento organizacional com base no negócio, algo que só é possível com essas ferramentas. As empresas procuram cada vez mais responder às necessidades dos clientes sem serem intrusivas. Com isso, gerou-se uma cadeia de valores muito forte que impulsionou os negócios.

Neste caso, mais uma vez o mercado ditou as regras. Tornou-se essencial a existência de um sistema confiável, simples e acessível para a análise das informações. A quantidade de conhecimento precisou ser ajustada inversamente à quantidade das informação para análises, e neste contexto o BI tem se dado muito bem.

Hoje em dia é muito difícil para uma empresa conseguir sobreviver sem alguma ferramenta de BI. Elas necessitam mais do que nunca de um sistema de suporte à decisão eficaz e relevante, que tenha condições de gerir uma unidade de negócio de forma continuada para quase todos os níveis ou áreas da empresa. Por isso, para alguns setores como telecomunicações, bancos, seguros, cartões de crédito ou outro tipo de negócio que envolva um volume muito grande de informação, o uso destas soluções em BI torna-se cada vez mais essencial para sua sobrevivência no mercado.

As vantagens que advêm da utilização desta soluções têm a ver com o acesso a informação de qualidade que permita que as empresas conheçam melhor a sua realidade, quer seja interna, quer seja voltada para o exterior, permitindo-lhes obter indicadores preciosos para melhorar o desempenho da sua atuação e a inovação tão necessária ao seu crescimento.

Costumo sempre fazer uma análogia para as pessoas que me perguntam sobre a diferença de um sistema de informação convencional e um BI. Digo que um sistema do tipo transacional é como um restaurante, onde o garçom lhe traz um cardápio e você precisa escolher um prato que já está pronto. Já num sistema self-service (BI), você pode optar por escolher o que lhe agrada e na quantidade desejada.

Vejamos agora o lado do cliente. Ninguém gosta de ser incomodado por vendedores que tentam empurrar um produto que não lhe interessa. No entanto, se alguém nos aborda no momento exato em que procuramos um produto ou um serviço, com certeza vamos agradecer. Então, num mercado onde temos uma extrema competitividade, estar no lugar certo e no momento certo é fundamental para o sucesso de uma empresa - e o BI vem para suprir esta deficiência.

Os ganhos na utilização destas ferramentas são enormes, pois os usuários contam com uma maior rapidez no acesso às informações, na automatização de processos de reporting e na descentralização do acesso à informação. Mas uma das maiores vantagens é a existência da uniformização da informação, permitindo uma verdade única dentro da organização, garantindo assim que todos trabalhem com a mesma realidade.

Temos ainda a possibilidade de poder ver de modo gráfico e simplificado a atividade da empresa, o seu desempenho, potenciais riscos ou desvios do planejado, bem como a capacidade de obter indicadores de gestão, são outras das grandes vantagens que estas soluções trazem às empresas. Existem ainda vantagens a curto prazo, tais como a detecção de fraudes, análise de impacto das decisões tomadas e informação que sustente correções imediatas.

Muitos projetos de BI acabam mesmo antes de começarem, por questões de custos. Mas esta linha de pensamento por parte de alguns executivos é um erro, e em muitos casos o resultado é aquele que conhecemos: a solução mais barata funcionou por um período, mas não supriu as necessidades da empresa ao longo do tempo, e mais uma vez perdeu-se tempo e dinheiro.

Minha recomendação neste sentido é olhar Business Intelligence não como um custo, mas como um investimento que pode dar bons frutos a médio e longo prazo.

Abraços a todos e até a próxima

Todos os artigos de João Sidemar Serain

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