Os sistemas de informação abrangem, com freqüência, um grande volume de conhecimento organizacional formalizado.
Tal conhecimento é especificado como regras de negócio, definidas por Bell como sendo “declarações que apresentam a maneira de como o negócio está sendo feito, além das diretrizes e restrições com respeito a estados e processos em uma organização”.
Surge com isso a necessidade de se modelar regras de negócio, enfatizando a sua importância em um esquema conceitual, que, segundo Loucopoulos, representa todas as regras que governam o universo de discussão, devendo estar definidas dentro de um esquema conceitual.
A partir desta necessidade, tais regras de negócio têm sido amplamente utilizadas pelas organizações como forma de melhorar a qualidade de seus sistemas.
"Regras de Negócio são todas as regras existentes num sistema de informação, que ditam seu comportamento, suas restrições e validações".
"Regras de negócio definem como o negócio funciona, podem abranger diversos assuntos como políticas, interesses, objetivos, compromissos éticos e sociais, obrigações contratuais, decisões estratégicas,leis e regulamentações entre outros".
"Business rules or business rulesets describe the operations, definitions and constraints that apply to an organization in achieving its goals. For example a business rule might state that no credit check is to be performed on return customers. Others could define a tenant in terms of solvency or list preferred suppliers and supply schedules. These rules are then used to help the organization to better achieve goals, communicate among principals and agents, communicate between the organization and interested third parties, demonstrate fulfillment of legal obligations, operate more efficiently, automate operations, perform analysis on current practices, etc."
Regras de Negócio permitem a especificação de políticas, condições ou procedimentos, dentro de um Domínio de Problema, a serem seguidos pelos Processos Organizacionais, para que uma Organização alcance seus objetivos.
Regras de Negócio propiciam o controle (restrição – presente), o planejamento (previsão – futuro) e a explicação (passado).
A separação das regras de negócio nos sistemas de informação apresenta uma série de vantagens amplamente aceitas na comunidade de sistemas de informação [R97, R98, D00].
Segundo [G97] uma regra de negócio pode ser definida segundo duas perspectivas: a perspectiva do negócio e a perspectiva dos sistemas de informação (SI). Segundo a perspectiva do negócio, uma regra de negócio é uma diretiva destinada a influenciar ou guiar o comportamento do negócio, como suporte à política de negócio que é formulada em resposta a uma oportunidade. Segundo a perspectiva dos sistemas de informação, uma regra de negócio é uma sentença que define ou restringe algum aspecto do negócio. Pretende-se garantir a estrutura do negócio ou controlar a influência do comportamento do mesmo.
Ainda, segundo [D00], as regras de negócio são a solução para o problema da necessidade de se escrever código de forma procedural, podendo-se especificar sistemas apenas de forma declarativa. As regras de negócio, segundo ele, nos permitem automatizar o processamento de negócios.
Como dito em [G97] os métodos tradicionais de análise de sistemas por muito tempo tenderam a negligenciar regras de negócio inerentes aos empreendimentos, preocupavam-se principalmente em modelar a estruturação dos dados utilizados e os processos executados pelos empreendimentos.
Os métodos mais modernos de modelagem de sistemas, principalmente os que dão enfoque a orientação a objetos, já tentam lidar e resolver tais problemas. Isto pode ser visto na proposta de extensão a UML[BRJ97] chamada OCL (Object Constraint Language) em [OCL97] para dar suporte a restrições. Date em [D00] vai mais além dizendo que poderíamos até eliminar o processo de codificação de software simplesmente utilizando uma modelagem de sistemas baseado em regras de negócio com sua frase de impacto “declarative is better the procedural” que significa que é melhor que se defina sistemas apenas de forma declarativa e não procedural como é feito hoje em dia.
Uma forma de se conseguir, ao menos em parte, este objetivo, é a formalização das regras de
negócio em uma base de conhecimento. Uma dificuldade na administração das regras de negócios está no fato de que as bases de conhecimento não devem conter incongruências lógicas. Formalizar as regras de negócio utilizando-se uma linguagem declarativa permite que as mesmas sejam convertidas para uma representação em lógica de primeira ordem, o que irá facilmente permitir que tais incongruências sejam identificadas. Mais do que isso, ao se modificar uma regra, ou acrescentar uma nova, a consistência da base poderá ser testada para a verificação de incongruências, de modo listar as regras conflitantes auxiliando a equipe no trabalho de resolver tais problemas. Além disso, a formalização de parte do conhecimento obtido durante a fase de análise é um grande passo na direção de se gerar código automaticamente.
Bibliografia
- [D00] Date, C. What not How, The Business Rules Approach to Application
Development, Addison-Wesley, Reading Massachussets, 2000. - [R97] Ross, R. The Business Rules Book: Classifying, Defining, and Modeling Rules
2nd edition, Business Rule Solutions Inc., Houston Texas, 1997. - [R98] Ross, R. Business Rules Concepts, The New Mechanics of Business
Information Systems, Business Rule Solutions Inc., Houston Texas, 1998. - [G97] GUIDE Business Rules Project: Final Report, revision 1.2, October 1997.
- [BRJ97] Booch, G.; Rumbaugh, J.; Jacobson, I,; “The Unified Modeling Language for
Object-Oriented Development”, Documentation Set Version, janeiro, 1997. - [OCL97] Object Management Group, “Object Constraint Language Specification”, 1
September 1997.
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